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Consultoria ajuda investidor

Consultoria ajuda investidor

A combinação de juros baixos e inflação alta tem desafiado o poupador a sair da zona de conforto e diversificar as aplicações. Renda variável e produtos sem incidência de imposto de renda são algumas das alternativas, mas demandam conhecimentos que o pequeno investidor nem sempre tem. Para ajudá-lo a enfrentar esse novo cenário, há profissionais que podem dar orientações e até compor uma carteira de investimentos adequada.

Os gerentes de banco, em tese, são aptos a prestar esse serviço. Mas como eles são pressionados a cumprir metas internas, podem oferecer produtos vantajosos para a instituição e não para o cliente, como planos de capitalização. Uma alternativa são os consultores que trabalham em corretoras e distribuidoras de investimentos. Por não estarem presos a produtos de uma bandeira só, eles podem compor uma carteira mais diversificada.

O atendimento começa com uma conversa em que o cliente expõe sua condição financeira, recursos disponíveis e objetivos de vida. A partir daí, o consultor traça o perfil do investidor e sugere produtos para curto, médio e longo prazo. “Detectamos o nível de tolerância ao risco do cliente, criamos uma carteira e depois ele acompanha o desempenho pela internet”, explica Paulo Bittencourt, diretor técnico da Apogeo Investimentos.

Embora haja casos em que a consultoria é cobrada à parte, em geral a remuneração do profissional já está embutida na taxa de administração dos produtos vendidos ao cliente. Também pode ser cobrado um porcentual sobre o que o cliente ganha, mais uma fração do que exceder o benchmark estipulado, que pode ser o CDI, o Ibovespa ou o IGP-M. Isso estimula os profissionais a serem arrojados na busca de resultados. “A corretora vai maximizar o ganho do cliente porque vai ganhar também”, diz Julio Ortiz, diretor comercial de pessoa física da Rio Bravo.

O acompanhamento da carteira é periódico. A iniciativa de revisão da estratégia pode partir do próprio cliente ou, em certos casos, ser provocada pelo consultor. “Pular de um produto para outro é ruim, pois envolve custos de transição, então não dá para mudar o tempo todo. A análise deve ser trimestral”, sugere Bittencourt.

Com o aumento da demanda, a consultoria de investimentos, antes restrita a grandes fortunas, tende a se popularizar. “Nosso alvo é o jovem que está começando e será um bom investidor ao longo dos anos”, descreve Ortiz. A Rio Bravo exige valor mínimo de R$ 50 mil para aplicação. Na Apogeo, o montante inicial é R$ 25 mil.

O diretor financeiro Jorge Luiz Alves aplicava boa parte dos recursos em renda fixa e estava insatisfeito com os rendimentos. Há três meses, procurou uma gestora e se sentiu seguro para ampliar o aporte em renda variável. “Uma vez por mês, eles me procuram e fazemos um ajuste na estratégia. É uma atenção diferente da que eu tenho no banco.”

Os planejadores financeiros, por outro lado, atuam de forma desvinculada de instituições. Eles assistem o investidor e sugerem classes e famílias de investimentos, mas não indicam ou vendem produtos financeiros, nem gerem o capital do poupador.

O aconselhamento é feito a partir de um exame amplo do patrimônio, da capacidade financeira e dos objetivos de vida do cliente. Esses profissionais também podem organizar as finanças da família, sugerindo a substituição de um financiamento por outro com taxas mais baixas, ou produtos financeiros que recolham imposto menor. Além disso, ajudam a planejar a sucessão de bens e opinam em questões ligadas a imóveis. “Eles não vão indicar um apartamento, mas podem dizer se vale a pena investir em imóveis, comparando o rendimento do aluguel com o de outras aplicações”, diz o administrador de investimentos Fábio Colombo.

A remuneração do profissional é combinada com o cliente. Pode ser um valor fixo pela montagem de um plano ou um contrato por horas. O valor da hora trabalhada varia de R$ 100 a R$ 1,5 mil.

Cursos. Mas se a ideia é aprender a cuidar sozinho dos próprios recursos, o profissional indicado é o educador financeiro. “Em vez de entregar o plano montado, damos aula ao cliente”, diz o educador Mauro Calil. Os cursos, ministrados em escolas como a Academia do Dinheiro e o DSOP, têm duração de quatro a oito meses. Havendo mudanças importantes no cenário econômico, o aluno pode voltar à sala de aula para se atualizar.

Foi em um desses cursos que o fotógrafo André François se interessou em investir na bolsa. Hoje, ele investe em ações de empresas da área de saúde – mais de 80% de seus recursos estão aplicados em renda variável. “Você entende que tipo de investidor é e que lado do mercado é bom para você.”

  • 27 jun, 2013
  • Enviado por Grupo Mans
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